sexta-feira, 31 de maio de 2013

Caso 016: Plataforma de Enchova - Blow Outs (1984/1988).

O PRIMEIRO BLOW OUT (1984)

Na madrugada do dia 16 de agosto de 1984, ocorreu a maior tragédia da história da Bacia de Campos a 82 km do litoral do Rio de Janeiro.  Inicialmente houve uma erupção  Blow Out  (golpe de bolsa de gás) num dos poços conectados à Plataforma Central de Enchova (PCE-1), operada pela empresa POZOS. Houve uma explosão seguida de um incêndio prolongado que levou a evacuação do convés.


O Blow Out teve início por volta das três horas da madrugada quando trabalhadores detectaram que caía muita água sobre o módulo da cabeça do poço, que vinha da sonda.  Momentos depois houve uma explosão de grandes proporções que balançou a plataforma e deixou a produção descontrolada e fez vazar gás. Uma faísca causou grande incêndio. Na hora, nem os geradores e nem os alarmes de emergência funcionaram, a plataforma ficou totalmente apagada causando pânico em quem estava a bordo. A empreiteira Pozos Internacional chegou a tentar fechar o equipamento que vedava o poço em caso de Blow Out, mas no momento do serviço descobriram que o equipamento (Blow-Out Preventer  - BOP),não estava em condições de operação.

Exemplo de um BOP (Blow-Out Preventer).

Foram 37 vítimas fatais e 220 sobreviventes. Entretanto, a causa dos óbitos não foi a explosão e tão pouco o incêndio que se alastrou pelo convés, e sim um terrível acidente com uma das embarcações de abandono (baleeira MACLAREN) .
A Plataforma de Enchova possuía cinco baleeiras, embarcações fechadas de fibra de vidro com capacidade para 50 pessoas cada e pesando cerca de 10 toneladas. Essas baleeiras eram sustentadas por dois cabos de aço que, acionados por uma engrenagem, faziam descer a embarcação até a superfície do mar.


Baleeira semelhante as da Plataforma Central de Enchova PCE-1,
na ocasião do acidente.

Conforme relatos, as pessoas foram encaminhadas para as filas das baleeiras, porém, logo que viram o acidente com a uma das baleeiras retornaram ao ponto de reunião. Relatos de trabalhadores que estavam a bordo dão conta que foi visto um pedaço da ponta da baleeira presa ao cabo, o que causou uma comoção geral e desespero. Na verdade, ao ser acionada a engrenagem para a saída da baleeira um dos cabos da embarcação se enroscou na estrutura de suporte e isso provocou a ruptura de parte da estrutura. A baleeira caiu  de mais de 30 metros de altura no mar, emborcada e com 50 trabalhadores dentro. Alguns trabalhadores morreram em razão da queda e outros por afogamento. Apenas 13 se salvaram.  Dos 220 sobreviventes, muitos se salvaram descendo o mais próximo possível ao nível do mar e dali se lançavam ao mar, sendo resgatados por barcos de apoio.

Veja nos dois primeiros vídeos nos links abaixo, o que pode dar errado com um baleeira e no último vídeo, o lançamento de baleeiras por rampas:

Vídeo 01: Cabo Preso

Vídeo 02: Sistema Rompe

Vídeo 03: Lançadores


O SEGUNDO BLOW OUT (1988)


O segundo Blow Out ocorrido na PCE-1(Plataforma Central de Enchova -1), ocorreu em 24 de abril de 1988, causou a destruição total do convés e da torre, totalizando um prejuízo de 500 milhões de dólares. Porém, neste acidente não houve vítimas fatais, sendo combatido o incêndio durante um mês, que foi somente extinto após a utilização de poços de alívio (kick wells).           
Esta é a técnica mais confiável para combate de blow outs. Assim, os Poços Direcionais foram perfurados para atingir o poço com blow out em pontos pré-determinados e permitir a injeção dos fluidos e assim cessar o incêndio em 23 de maio.

Os barcos firefighter não conseguiram extinguir o fogo,
somente impediram a perda total da plataforma.
A extinção só foi possível com a perfuração de poços de alivio.

VEJA O VÍDEO A SEGUIR ELABORADO PELA PETROBRÁS EM 1993, 
DETALHANDO UTILIZAÇÃO DOS POÇOS DE ALÍVIO  QUE 
EXTINGUIU O INCÊNDIO DA PLATAFORMA EM 1988.


VEJA O VÍDEO A SEGUIR A REPORTAGEM DO
GLOBO REPÓRTER DURANTE O INCÊNDIO DE 1988.




Fonte:

www.sindipetronf.org.br
www1.folha.uol.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário